As especiarias usadas na cozinha servem tanto para dar um gosto diferente aos pratos quanto para evitar desordens.
Por: Caroline Randmer
Não faltam estudos que comprovem as benesses de condimentos como o alho ou a pimenta. Especialistas ao redor do globo dedicam anos de pesquisa para decifrar cada uma das propriedades de temperos usados quase todos os dias no preparo de refeições. Com ação antioxidante, anti-inflamatória e anticancerígena — só para citar algumas —, são ótimos substitutos do popular sal de cozinha, rico em sódio. Essa estratégia, além de prevenir a hipertensão, bota para dentro do organismo uma lista de substâncias parceiras capazes de afugentar diversas enfermidades. SAÚDE selecionou sete ingredientes bem conhecidos no mundo da culinária que, segundo cientistas, merecem destaque especial na despensa.
1. Alho contra intoxicação
Uma pesquisa da Universidade do Estado de Washington, nos Estados Unidos, revela que um de seus compostos, o sulfureto de dialilo, combate a Campylobacter, uma bactéria que contamina alimentos, causando febre e diarreia. No caso, por estranho que pareça, o benefício viria até ao limpar os utensílios com o tempero. “E, quando consumido cru, algumas de suas enzimas eliminam as toxinas do organismo”, explica a nutricionista Mirela Fernandes, da Naturalis, em São Paulo.
2. Orégano para o bem da próstata
A erva originária do Mediterrâneo carrega uma substância que ajuda a debelar tumores nessa glândula. É o que confirmam os cientistas da Universidade de Long Island, nos Estados Unidos. “Não se sabe muito bem como, mas uma de suas substâncias, o carvacrol, induz o suicídio das células omprometidas pelo câncer na próstata”, conta a nutricionista Mariana Casseb, do Instituto do Coração, o InCor, em São Paulo.
3. Alecrim para diabético
Um estudo da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo testou o efeito do extrato dessa erva em animais com diabete. “Os compostos fenólicos do alecrim combatem os radicais livres e reduzem o risco de complicações ligadas à doença, como estresse oxidativo das células e várias inflamações”, ensina a nutricionista e responsável pela pesquisa, Ana Mara de Oliveira. O alecrim ainda inibe a multiplicação do vírus da gripe.
4. Açafrão anticâncer
Depois de muitas análises, especialistas da Universidade dos Emirados Árabes Unidos classificaram o tempero como um aliado na luta contra o câncer de fígado. “Ele funciona como um quimioterápico leve e inibe a proliferação das células cancerosas”, esclarece o professor de biologia molecular e principal autor do trabalho, Amr Amin. O condimento também recebe o selo de antioxidante por sua capacidade protetora do DNA e pela prevenção do envelhecimento precoce.
5. Curry para as defesas
A curcumina, um dos componentes desse pó picante e amarelo, dá uma força ao sistema imunológico. “A substância aumenta os níveis de uma proteína que protege contra bactérias e vírus”, explica o bioquímico Adrian Gombart, da Universidade do Estado de Oregon, nos Estados Unidos. Ele é um dos autores do trabalho que comprovou essa ação. O curry deixa nossas defesas mais do que operantes e nos livra de infecções, principalmente as gastrointestinais.
6. Salsa para o sangue
Um estudo conduzido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro aponta que a popular salsinha auxilia na prevenção da trombose, ou seja, ela inibe a formação de coágulos. “Além de propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, esse tempero aumenta o calibre dos vasos”, enumera a nutricionista Ana Miguez, do Paraná. O condimento também evita o aparecimento de alguns tipos de câncer, como o de pulmão.
7. Pimenta contra quilos extras
Também conhecida como pimenta-do-reino, a especiaria, há muito utilizada na medicina oriental, revelou-se como uma nova arma contra a obesidade. Segundo pesquisa publicada na revista científica ACS Journal of Agricultural and Food Chemistry, o benefício se deve à piperina. “Essa substância reduz a atividade dos genes formadores de células de gordura”, afirma a nutricionista Susane Kirchheim, do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Fonte:
Revista saúde – agosto/2014.