Um estudo publicado dia 14 de janeiro no periódico Circulation, da American Heart Association, descobriu que comer morangos e mirtilos três vezes por semana pode diminuir o risco de infarto em mulheres. O trabalho foi feito por pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, e da Universidade da Ânglia Oriental, na Inglaterra.
Os cientistas acompanham 93.600 mulheres de 25 a 42 anos, que completaram questionários sobre seus hábitos alimentares a cada quatro anos, durante 18 anos. Nesse período, ocorreram 405 ataques cardíacos no grupo que participou da pesquisa. As mulheres que consumiram mais frutas vermelhas apresentaram uma redução de 32% do risco de terem um ataque cardíaco, em comparação com aquelas que consumiam essas frutas uma vez por mês ou menos – mesmo as que tinham uma dieta rica em outras frutas e verduras.
A explicação para esse efeito seria a grande quantidade de flavonoides presente nos morango e mirtilos que têm poder antioxidante e anti-inflamatório. Um tipo de flavonoide denominado autocianina (pigmento relacionado às cores vermelho, roxo e azul) pode ajudar a dilatar as artérias e reduzir a formação de placas responsáveis por controlar o fluxo sanguíneo, protegendo o coração.
Para os autores, esse resultado mostra que mudanças simples na alimentação podem ter impacto significativo na prevenção de doenças. A pesquisa, porém, não leva em consideração outros fatores de risco, como idade, pressão arterial, histórico familiar de ataque cardíaco, índice de massa corporal (IMC), exercícios e tabagismo.
Os antioxidantes presentes em frutas como morango, amora, framboesa e mirtilo vão muito além da prevenção de infartos. Conversamos com dois nutricionistas que nos contaram por que é tão importante incluir essa turminha no cardápio.
Ação anticancerígena
Além dos flavonoides, a amora e a framboesa possuem uma substância chamada ácido elágico que, segundo o nutricionista José Fernando Durigan, tem ação antimutagênica, inibindo o aparecimento de tumores cancerígenos. De acordo com o nutricionista, experiências têm mostrado que as antocianinas também induzem as células cancerígenas ao processo de autodestruição.
Melhoram a visão
O mirtilo e a framboesa carregam um nutriente da classe dos carotenoides chamado luteína, que ajuda a manter a boa visão. “As antocianinas, junto com a luteína, também melhoram as funções visuais”, afirma a nutricionista Mayumi Shima, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Flora Intestinal
Dentre as fibras presentes nas frutas vermelhas podemos destacar as pectinas. “Essa substância tem o poder de regular o peristaltismo intestinal, auxiliando os músculos digestivos a trabalharem melhor e maximizando a absorção de vitaminas hidrossolúveis pelo nosso organismo”, explica a nutricionista. Entre essas vitaminas estão as C, B1, B2, B6 e B12.
Estimulam a memória
Um estudo realizado pelo Salk Institute for Biological Studies, na Califórnia, constatou que a fisetina, flavonoide presente nessas frutinhas, em especial no morango, estimula área do cérebro responsável pela memória de longo prazo e o protege de doenças degenerativas como o Mal de Alzheimer e a esclerose múltipla. Segundo os pesquisadores, a fisetina induz a maturação das células neurais, evitando que elas morram e auxiliando a fixação de novas conexões entre elas.
Controlam a hipertensão
Uma pesquisa publicada no American Journal of Clinical Nutrition comprovou que a antocianina presente nessa turma é capaz de oferecer proteção contra hipertensão. A equipe de cientistas estudou 134 mil mulheres e 47 mil homens durante um período de 14 anos. Quando os pesquisadores analisaram a relação entre o indivíduo, sua fonte de flavonoides e a incidência de hipertensão, eles descobriram que aqueles que comeram pelo menos uma porção das frutas por semana reduziram o risco de desenvolver a doença em 10%.
Inclua essas frutinhas na dieta
Todas essas frutas podem utilizadas como ingrediente para uma infinidade de receitas, desde bebidas até geleias e tortas. Para aproveitar o máximo delas, porém, o ideal é que sejam ingeridas “in natura”. Usar as frutas como ingredientes para outras receitas pode tanto concentrar alguns elementos nutricionais, como os fenóis, quanto destruir outros, como as vitaminas hidrossolúveis, especialmente a vitamina C.
Fonte: Minha Vida